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Religião as pessoas podem ter ou não. Já a religiosidade é um elemento estruturante da existência

Na juventude, o filósofo Mario Sergio Cortella experimentou a vida monástica em um convento da Ordem Carmelitana Descalça. Durante três anos, aprendeu a viver em comunidade, a não ter propriedades, a guardar silêncio. Abandonou a perspectiva de ser monge – mas não a espiritualidade – para seguir a carreira acadêmica. Hoje, com 55 anos, é professor universitário de educação, conferencista em instituições públicas, empresas e ONGs, comentarista em vários órgãos da mídia e autor de 10 livros, que prefere chamar de “provocações filosóficas” – José Tadeu ArantesRevista Claudia – 12/2009

Sempre é tempo de balanço, de rever trajetórias, de refazer escolhas. Fim de ano nos chama especialmente para isso. Em meio à correria das compras, dos encontros, dos comes e bebes, conseguimos um intervalo para a reflexão? Para nos perguntar: afinal, o que estamos fazendo nesta vida? O filósofo Mario Sergio Cortella tem levado esse tema a vários ambientes. Professor da Pontifícia Universidade Católica e da Fundação Getulio Vargas, ambas em São Paulo, e da Fundação Dom Cabral, em Belo Horizonte, ele foi discípulo do educador Paulo Freire e atuou como secretário municipal de Educação de São Paulo. “Minha pretensão não é dar respostas, mas elementos para as pessoas formularem melhor suas perguntas”, disse no início da entrevista.

 

Em época de Natal, a sensação é de que há algo a mais na atmosfera. Para uns, é encantamento, elevação. Para outros, apenas nervosismo, que se traduz em febre de consumo, excessos alimentares e conflitos interpessoais. Existe lugar para a espiritualidade em meio a tanta agitação?

Em algumas situações, aquilo que chamamos de espírito de Natal” é algo cínico, que agrega os indivíduos em torno de festividades de conveniência. Mas há muitas pessoas que, independentemente de serem cristãs ou não, têm, nesta época do ano, uma verdadeira experiência do “comemorar”. Gosto dessa palavra porque “comemorar” significa “lembrar junto”. E do que nós lembramos? De que estamos vivos, partilhamos a vida, de que a vida não pode ser desertificada.


Há uma pulsão de vida.

Claro que, a todo instante, está colocada também a possibilidade de que a vida cesse. Somos o único animal que sabe que um dia vai morrer. Aquele gato, que dorme ali, vive cada dia como se fosse o único. Nós vivemos cada dia como se fosse o último. Isso significa que você e eu, como humanos, deveríamos ter a tentação de não desperdiçar a vida. Escrevi um livro chamado Qual É a Tua Obra?, que começa com uma frase de Benjamin Disraeli, primeiro-ministro britânico no século 19. Ele disse: “A vida é muito curta para ser pequena”.


Como não apequenar a vida?

Dando-lhe sentido. A espiritualidade ou religiosidade é uma das maneiras de fazê-lo. A religiosidade, não necessariamente a religião. Religiosidade que se manifesta como convivência, fraternidade, partilha, agradecimento, homenagem a uma vida que explode de beleza. Isso não significa viver sem dificuldades, problemas, atribulações. Mas, sim, que, apesar disso tudo, vale a pena viver. Meu livro Viver em Paz para Morrer em Paz parte de uma pergunta: “Se você não existisse, que falta faria?” Eu quero fazer falta. Não quero ser esquecido.


Fale mais da diferença entre religiosidade e religião.

Religiosidade é uma manifestação da sacralidade da existência, uma vibração da amorosidade da vida. E também o sentimento que temos da nossa conexão com esse mistério, com essa dádiva. Algumas pessoas canalizam a religiosidade para uma forma institucionalizada, com ritos, livros – a isso se chama “religião”. Mas há muita gente com intensa religiosidade que não tem religião. Aliás, em minha trajetória, jamais conheci alguém que não tivesse alguma religiosidade. Digo mais: nunca houve registro na história humana da ausência de religiosidade. Todos os primeiros sinais de humanidade que encontramos estão ligados à religiosidade e à ideia de nossa vinculação com uma obra maior, da qual faríamos parte.


De onde vem essa ideia?

Existe uma grande questão que é trabalhada pela ciência, pela arte, pela filosofia e pela religião. A pergunta mais estridente: “Por que as coisas existem? Por que existimos? Qual é o sentido da existência?” Para essa pergunta, há quatro grandes caminhos de reposta: o da ciência, o da arte, o da filosofia e o da religião. De maneira geral, a ciência busca os comos”. A arte, a filosofia e a religião buscam os “porquês”, o sentido. A arte, a filosofia e a religião são uma recusa à ideia de que sejamos apenas o resultado da junção casual de átomos, de que sejamos apenas uma unidade de carbono e de que estejamos aqui só de passagem. Como milhões de pessoas no passado e no presente, acho que seria muito fútil se assim fosse. Eu me recuso a ser apenas algo que passa. Eu desejo que exista entre mim e o resto da vibração da vida uma conexão. Essa conexão é exatamente a construção do sentido: eu existo para fazer a existência vibrar. E ela vibra em mim, no outro, na natureza, na história.


Existe também a religiosidade que quer beber diretamente na fonte, que busca a relação sem mediações com o divino.

O divino, o sagrado, pode ganhar muitos nomes. Pode ser Deus no sentido judaico-cristão-islâmico da palavra; pode ser deuses; pode ser uma vibração, uma iluminação. Independentemente de como o denominamos, há algo que reconhecemos como transcendente, que ultrapassa a coisificação do mundo e a materialidade da vida, que faz com que haja importância em tudo o que existe. Desse ponto de vista, não basta que eu me conecte com os outros ou com a natureza. Preciso fazer uma incursão no interior de mim mesmo, em busca da vida que vibra em mim e da fonte dessa vida. É essa fonte que alguns chamam de Deus. A conexão com essa fonte é aquilo que os gregos chamavam de sympatheia, que significa simpatia. Trata-se de buscar uma relação simpática com o divino.


Como você busca essa relação?

De várias maneiras. Às vezes, na forma de um agradecimento. Às vezes, na forma de um pedido. Às vezes, por meio de uma oração consagrada pela tradição – porque, como dizia Mircea Eliade, o maior especialista em religião do século 20, “o rito reforça o mito”. Às vezes, recorrendo a um gesto espontâneo. Outro dia, eu estava em uma cidade litorânea, onde iria palestrar. Em frente ao hotel, havia uma praia. Caminhando descalço sobre a areia, às 5 e meia da manhã, sentindo o sol que nascia, me veio um forte sentimento de gratidão e rezei, em silêncio, uma oração, das consagradas. Já ontem, eu estava reunido com a família em volta da mesa. Diante da cena dos meus filhos com as esposas, novamente senti gratidão. Ergui a taça de vinho e brindei em agradecimento por aquele momento. Nem sempre a minha relação é de gratidão. Às vezes, é de apelo. Na crença, verdadeira para mim, de que a fonte de vida pode reforçar a minha capacidade de viver, eu peço.


Existe, hoje, um maior impulso para a espiritualidade ou trata-se apenas de mais uma onda passageira?

Guimarães Rosa disse que “o sapo não pula por boniteza, pula por precisão”. De acordo com o headhunter e professor de gestão de pessoas Luiz Carlos Cabrera, a grande virada no mundo empresarial brasileiro ocorreu, de fato, no dia 31 de outubro de 1996 às 8h15, quando um avião da TAM, com 96 pessoas a bordo, todos eles executivos, exceto a tripulação, caiu sobre a cidade de São Paulo. Perdi dois amigos de infância nesse acidente. Aquele foi um momento de inflexão no mundo corporativo. Eu compartilho dessa opinião. As pessoas começaram a pensar: eu podia estar naquele voo e o que eu fiz até agora? Toda a ânsia que caracteriza o mundo corporativo, focada no lucro, na competitividade, na carreira, começou a ser relativizada.


Mas existem também fatores de fundo, que afetam o mundo.

É claro. Um fator, talvez o principal, foi que o século 20, apostando na ciência e na tecnologia, nos prometeu a felicidade iluminada e ofereceu angústia. Em prol da propriedade, sacrificou-se a vida, a convivência, a consciência. O stress tornou-se generalizado, afetando adultos, jovens e até as crianças. Há uma grande diferença entre cansaço e stress. O cansaço resulta de um trabalho intenso, mas com sentido; o stress, de um trabalho cuja razão não se compreende. O cansaço vai embora com uma noite de sono; o stress fica.


Há uma forte cultura da pressa e da distração.

A tecnologia nos proporcionou a velocidade. Mas, em vez de usá-la apenas para fazer as coisas rapidamente, nós passamos a viver apressadamente. Assim como existe uma grande diferença entre cansaço e stress, existe também entre velocidade e pressa. Eu quero velocidade para ser atendido por um médico, mas não quero pressa durante a consulta. Quero velocidade para ser atendido no restaurante, mas não quero comer apressadamente. Quero velocidade para encontrar quem eu amo, mas não quero pressa na convivência. Tempo é uma questão de prioridades. Muita gente argumenta não ter tempo para a espiritualidade, para cuidar do corpo. E segue nesse ritmo apressado até sofrer um infarto. Se não for fatal, o infarto funciona como um sinal de alerta. O dia continua a ter 24 horas, mas quem sobrevive passa a acordar uma hora mais cedo para caminhar e se exercitar. O impulso espiritual também é um sinal de alerta. Não há pressa em segui-lo. Mas cuidado: é muito arriscado adiar indefinidamente para o ano que vem.

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Publicado Originalmente em: Planeta Sustentável


urlPor: Camilo de Lelis Mendonça Mota

Vivemos em uma sociedade tecnológica onde o ruído predomina sobre o silêncio. Desde a Revolução Industrial, vimos assistindo à um aumento gradativo dos níveis das mais diversas interferências em nosso meio ambiente. Se no início os sons das máquinas a vapor,  dos primeiros automóveis e das sirenes das fábricas conduziam o homem à um novo estágio de adequação mental, assistimos hoje a reverberação desses sons sob a forma de informações múltiplas transmitidas pelos tantos meios que nos ligam ao mundo e aos demais seres (tablets, smartphones, mídias sociais, redes de tv…). Tornando-nos agentes desse processo, incorporando-nos à grande legião de homens e mulheres produtores de ruídos. O resultado disso é um emaranhado de formas-pensamentos-emoções que se solidificam no imaginário das pessoas de modo a provocar alguns descompassos, elevando os níveis de ansiedade ou causando um cansaço inexplicável que pode levar a estágios depressivos.

 

O descompasso parece estar vinculado a uma forma de compreensão sobre o valor do silêncio. Quando paramos para escutar uma sinfonia de Mozart, podemos nos encantar com a força de um tema. E assim ficamos enlevados, extasiados tocados pelo abstrato dos acordes. A beleza da música esta na maneira que intercala as notas. Assim como a sombra completa a luz,  também o silêncio é o complemento do som. Quando passamos a valorizar somente o efeito sonoro (que elevado ao excesso pode ser tornar ruido), deixamos de lado o alento fortalecedor daquilo que o anima, ou seja, a sua ausência, aquele intervalo entre uma nota e outra, às vezes imperceptível, noutras quase um desafio. O mesmo se aplica ao mundo das informações, notícias e possibilidades de compartilhamentos que hoje as mídias nos proporcionam. De tanto querer se mostrar e ser visto, ele se torna surdo, não ouvindo o outro, e não se permitindo ouvir em seu anseio mais puro.

 

O ritmo desenfreado dos nossos dias fornecem em si o próprio remédio. Cada vez mais pessoas parecem estar se voltando para uma revalorização da natureza (ao menos no nível do desejo). É importante verificar que há uma diferença entre o silêncio e o desejo do silêncio. Enquanto aquele é o resultado do processo interior de conhecimento e de concentração no momento presente, este é justamente a projeção daquilo que se anseia como ideal de silêncio, aquilo que venha calar as pulsações que oprimem e angustiam. Se vivemos em um ambiente com muito ruido, o próprio corpo anseia por seu oposto. quando percebemos isso, temos a chance de iniciar a busca pelo silêncio. De início é a força do desejo que nos move.quando conseguimos deixar que o silêncio flua, aí sim,  estaremos dentro da força de realização do prazer de estar bem consigo mesmo, independente de a nossa volta  estar rolando um funk  no último volume ou apenas o farfalhar dos ventos nas folhas das árvores.. Se seu silêncio é de paz tudo que se movimenta ao redor não causa pertubação.

 

O cultivo do silêncio interior é um caminho de cura. è ouvindo os intervalo entre o que somos e o que está a nossa volta, que podemos perceber a melodia de nossas vidas nos convidando a viver o momento presente.

 

Fonte: http://www.stum.com.br/clube/c.asp?id=42719


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Ser médium cambone é ter o prazer de servir com humildade.
É ter as bençãos de aprender a cada trabalho.
É ter a proteção e o carinho das entidades que servimos.
É ter a alegria de receber um colo de Preto Velho, um abraço de um Caboclo, um "a bença tia" de uma Criança, uma dança com um Baiano, uma palavra séria e amiga de um Exú e aprender com eles tudo que for possível sempre.
Ser cambone também é escrever rápido!!!
Cambone é uma das atividades exercidas nos terreiros de Umbanda que merece uma atenção muito especial, dada a sua importância como auxiliar das entidades, dos médiuns e dos dirigentes do Terreiro.
Como auxiliar das entidades, cabe ao cambone ser o interprete da mensagem entre a entidade e o consulente, além de um defensor da entidade e da integridade física do médium. Cabe a ele cuidar do material da entidade, orientar o que acontece em sua volta e também ajudar o entendimento do consulente, pois a linguagem do espírito nem sempre é entendida, mas ao cambone fica claro já pela sua intimidade com o comportamento do espírito que ele serve.
Por outro lado a posição do cambone nem sempre é confortável pois algumas vezes cabe a ele fiscalizar também o comportamento da entidade que, se por uma razão ou outra, fugir da normalidade deve imediatamente avisar a direção do terreiro. O limite da intimidade do consulente com o espírito ou o médium deve ser fiscalizado pelo cambone para evitar mal entendidos e desajustes de informações. Finalmente ao cambone é dada uma oportunidade especial de conhecer mais a Umbanda e a forma das entidades trabalharem porque seu contato é direto. Como o cambone tem como obrigação ouvir o que o espírito ouve e fala, seu conhecimento, em cada consulta, aumenta consideravelmente.
Todo médium deveria começar na Umbanda como cambone e desempenhar com muita atenção esse papel durante o tempo de seu desenvolvimento pois essa pratica terá uma importância direta no seu comportamento como médium.
Parabéns aos Cambones pelo seu dia!!! e Muito Obrigado por sua dedicação a nossa querida Umbanda!!!


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Juiz da 17ª Vara de Fazenda Federal do Rio de Janeiro, Eugênio Rosa de Araújo, reviu os fundamentos da sentença em que havia declarado que candomblé e umbanda não se tratam de religiões e sim de cultos. A mudança de postura foi anunciada no início da noite desta terça-feira (20) em nota divulgada pela assessoria de imprensa da Justiça Federal do Rio de Janeiro. No texto em que admite o erro e modifica o conteúdo da sentença, ele afirma que “o forte apoio dado pela mídia e pela sociedade civil, demonstra, por si só, e de forma inquestionável, a crença no culto de tais religiões”.

Eugênio Rosa, que havia sido alvo de pesadas críticas pela declaração, reforça que está promovendo uma “adequação argumentativa para registrar a percepção deste Juízo de se tratarem os cultos afro-brasileiros de religiões”.

Ele não muda, no entanto, o teor da sentença em si. O magistrado reitera a negativa dada na ação movida pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro que pedia retirada do YouTube de 15 vídeos considerados ofensivos à umbanda e ao candomblé. Na mesma nota, via assessoria, o juiz federal informa que “manteve o indeferimento da liminar pela retirada dos vídeos no Google postados pela Igreja Universal e esclarece que sua decisão teve como fundamento a liberdade de expressão e de reunião”.


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Em resposta a uma ação do Ministério Público Federal (MPF), que pedia a retirada do YouTube de vídeos de cultos evangélicos tidos como intolerantes e preconceituosos contra candomblé e umbanda, entre outras práticas religiosas afro-brasileiras,  a Justiça Federal do Rio de Janeiro decidiu que tais crenças não devem ser consideradas religiões. O Ministério Público Federal (MPF) recorreu ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) contra a decisão.

Em sua sentença, o juiz Eugênio Rosa de Araújo, da 17ª Vara Federal do Rio de Janeiro, afirma que “ambas manifestações de religiosidade não contêm os traços necessários de uma religião a saber, um texto base (corão, bíblia etc) ausência de estrutura hierárquica e ausência de um Deus a ser venerado”.

No entanto, Cristina Wissenbach, professora de História da África na Universidade de São Paulo, discorda da avaliação do magistrado. “São religiões porque são conjuntos de crenças, rituais e divindades em torno das quais se congregam devotos”, afirma. “A umbanda e o candomblé são constituídas no processo de diáspora dos africanos escravizados trazidos ao Brasil e congregados em torno de crenças e divindades de matrizes africana.”

Para a professora, os preconceitos por trás da decisão são históricos. “Fazem parte de uma tentativa de silenciar e obliterar o universo religioso e a cosmogonia de grande parcelas da população, sobretudo dos egressos da escravidão e dos afrodescendentes. Fazem parte do racismo que existe na sociedade”, analisa. “A resolução reflete forças obscuras e ultra conservadoras da sociedade brasileira. É inadmissível nos sujeitarmos às campanhas de setores evangélicos obscurantistas”.

Contestações

No recurso, o MPF afirma que a “referida decisão causa perplexidade. Não apenas porque negou a liminar, mas também porque o juiz da causa arvorou-se a dizer o que é e o que não pode ser considerado religião”. Portanto, mesmo deixando claro que “não caberá ao Ministério Público Federal, doravante, esforçar-se para dizer o que é e o que não pode ser considerado sagrado”, são citados aspectos que caracterizam crenças afro-brasileiras como religiões.

“[As crenças] possuem liturgias, corpos com alguma estrutura sacerdotal organizada hierarquicamente, cerimônias, altares, fiéis, ritos, templos (embora via de regra sem suntuosidade, muitos sobre o chão de terra batida, o que em hipótese alguma lhes retira o caráter sagrado) e, essencialmente, a fé em divindades que são cultuadas (adoradas e veneradas, como queira), não obstante possam destoar do padrão hegemônico das religiões majoritárias que a decisão pretende usar como paradigma para restringir o seu alcance”, contesta o MPF

Líderes de diversas religiões repudiaram na segunda-feira (19) a decisão do juiz da 17ª Vara Federal do Rio, Eugênio Rosa de Araújo, que negou o pedido de retirada de vídeos com mensagens de intolerância contra religiões afro-brasileiras, por considerar que a umbanda e o candomblé “não contêm os traços necessários de uma religião”, como um texto-base, a exemplo da Bíblia, uma estrutura hierárquica e um Deus a ser venerado. As críticas foram feitas durante o lançamento da campanha promovida pela Pastoral do Esporte da Arquidiocese do Rio para a Copa do Mundo de 2014. Intitulada ‘Por um mundo sem armas, drogas, violência e racismo’, a campanha foi promovida em um evento inter-religioso no Estádio Jornalista Mário Filho, Maracanã.

O babalorixá Carlos Ivanir dos Santos afirmou que o candomblé vive tempos difíceis e agradeceu o apoio de representantes de outras denominações religiosas que criticaram a decisão: "O que leva ao ódio é a ignorância. É a ignorância que cria o que estamos vendo na Nigéria [referindo-se ao grupo fundamentalista que sequestrou meninas por acreditar que mulheres não devem estudar], onde um grupo quer impor a sua verdade sobre outros".

"A questão da intolerância religiosa tem sido um fator importante para o ódio", disse. "Quando um juiz de um Estado laico desrespeita a Constituição, colocando uma opinião preconceituosa, se fomenta o ódio contra as religiões de matriz africana.” Ele classificou a argumentação do juiz como elitista e racista. Na decisão, Eugênio Rosa de Araújo afirmou que “as manifestações religiosas afro-brasileiras não se constituem em religiões, muito menos os vídeos contidos no Google refletem um sistema de crença – são de mau gosto, mas são manifestações de livre expressão de opinião.”

A mãe Fátima Damas, umbandista, também defendeu sua religião contra a visão do juiz. "É muita ignorância da parte dele. Ele precisa entender que existe a cultura oral. É impraticável a gente aceitar que um homem da lei abra a boca e faça uma coisa dessa. Queremos ouvi-lo e queremos que ele nos ouça. Esperamos que se retrate", afirmou.

Líderes de outras religiões endossaram as críticas. Presidente do Conselho de Igrejas Cristãs do Estado do Rio de Janeiro, a pastora Lusmarina Campos Costa apoiou o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ), que solicitou a retirada dos 15 vídeos do YouTube: "Não podemos aceitar o ódio ou a sua expressão de maneira nenhuma. Nos colocamos solidários com o MPF do RJ quando diz não aos vídeos que incitam o ódio contra as religiões afro-brasileiras e permanecemos ao lado quando ele recorre da decisão descabida do juiz federal que baseia o seu julgamento em um argumento arcaico e obsoleto, desconsiderando a complexidade do universo religioso brasileiro".

Representando o arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, o bispo auxiliar Dom Roque Costa Souza também se solidarizou com as religiões de matriz africana. "Se o país está dizendo que é laico, e as religiões não têm que se intrometer em determinadas situações, por que agora vem a Justiça querer definir o que é religião e o que não é, se desde tanto tempo nós estamos nesse diálogo inter-religioso e procurando aceitar uns aos outros com as nossas diferenças do modo de cultuar Deus?”, questionou, acrescentando que a Igreja Católica se posiciona contra essa decisão.

O sacerdote budista Gyoushu Tadokoro invocou a laicidade do Estado para criticar a decisão. "O país é laico legalmente e qualquer tipo de discriminação que coloque que isso é religião e isso não é cabe a nós, religiosos", defendeu.

Membro da Sociedade Beneficente Islâmica do Rio de Janeiro, Sami Ahmed Isbelle destacou a tradição das religiões africanas no Brasil. "Essas são denominações existentes há muito tempo no Brasil, então, essa é uma decisão completamente equivocada e fora de propósito. O que vai gerar tudo isso é mais ignorância.”

Isbelle alertou: “Quando você coloca uma denominação que há muito tempo já sofre um preconceito dentro do Brasil como não sendo uma religião, isso pode estimular as pessoas a perseguirem, a cometerem atos violentos contra eles, justificando que não é considerado religião".

O presidente da Federação Israelita do Estado Rio de Janeiro, Jayme Salomão, pediu respeito às minorias. "Todo mundo que busca um Deus, nós temos que reconhecer. Temos que reconhecer as minorias presentes no Brasil. O Brasil tem que servir de exemplo de sucesso, de lugar onde todas as religiões se agregam em paz".


A TEDES - Tenda Espírita Divino Espírito Santo precisa de você!!!

Bom dia amigos! O que é a TEDES me perguntaram? E eu respondo: É uma casa de amor e caridade,onde se faz o bem sem julgar os erros das pessoas, pq todos nós somos de erros e acertos.É uma casa onde trabalhamos por amor e só recebemos amor em troca!Temos orgulho de ter completado 40 anos de ajuda ao próximo sem cobrar um real por isso! E com esse longo trabalho,ficamos cada vez mais conhecidos,e com isso nossa sede foi ficando pequena para atender a todos que nos procuram,e cada vez mais pessoas desacreditadas e desesperadas nos procuram em busca de uma palavra de consolo. Esse ano,depois de muitos anos tentando juntar dinheiro com eventos,como a nossa tradicional feijoada,que acontece no clube náutico,começamos a nossa obra pra ampliar nossa casa para podermos atender com mais conforto a todos que nos procuram.E infelizmente o dinheiro não foi o suficiente,pois como nossa sede é antiga ouve imprevistos!Por isso viemos a público pedir a ajuda de vcs,de quem conhece a nossa casa e de quem só conhece alguém do grupo,mais sabe que nosso trabalho é sério e verdadeiro! Nossa obra está na fase de acabamento e qualquer valor de doação será de muita ajuda para nós.O que pode parecer pouco para vc,é muito para nós! Quem puder nos ajudar entrem em contato com qualquer pessoa do grupo TEDES ou comigo por mensagem! Nos ajudem a continuar por mais 40 anos fazendo a caridade!
Desde já a TEDES agradece e deseja um ano de muitas felicidades a todos!

QUEM PUDER COLABORAR COM QUALQUER VALOR ENTREM EM CONTATO !OU DEPOSITEM NA CONTA:
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Antes

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Obra de ampliação do terreiro

"A UNIÃO FAZ A FORÇA E JUNTOS SOMOS MAIS FORTES"


“Hoje é um dia especial… fazem 20 anos que fui batizado na Umbanda. Uma religião que me ensinou a humildade e a dedicação ao outro. Me ensinou que mais que palavras temos que ser exemplo, não só dentro de um templo mas em todos os momentos de nossas vidas.
Agradeço a Deus pelo privilégio de ter me cercado de entidades maravilhosas que me acompanham nesses 20 anos, me orientando e me ensinando com seus exemplos. Agradeço pela proteção, pelo carinho, pela paciência e pelo amor que dedicaram a mim todos esses anos.
Dedico a essas entidades todas as honras, pois sei que fui e sou um simples instrumento!!! Obrigado Senhor!!!” Jorge Botelho



Quero parabenizar o Babalorixá Ivanir dos Santos por ter representado tão bem nossa UMBANDA  no programa “Na Moral” exibido pela rede Globo ontem dia 02 de agosto de 2013. Foi um exemplo de humildade e simplicidade dignos de um Sacerdote de UMBANDA,, mesmo sendo debochado pelo Pastor Silas Malafaia em diversos momentos do debate.

“DIGA NÃO À INTOLERÂNCIA RELIGIOSA E AO MERCADO DA FÉ!!!! VIVEMOS EM UM ESTADO LAICO!!! Parabéns ao Babalorixá por suas palavras!!! Religião é só um meio de nos ligarmos a DEUS… existem vários meios, várias religiões, mas DEUS é um só!!!”

Link dos vídeos do programa:
http://bit.ly/1cjwZXK

http://bit.ly/1cjwZHo

UMBANDA NA MORAL 1

UMBANDA NA MORAL


lEI SECANão são apenas os fãs do Happy hour que terão de mudar seus Hábitos com a nova Lei de trânsito, que proíbe o consumo de álcool pelos motoristas. Os adeptos de alguns cultos religiosos também terão de dar um jeito de adaptar os rituais nos terreiros brasileiros.

Nova Lei Seca multa motorista com 0,05 mg de álcool por litro de sangue Nova medida de prevenção de acidentes no trânsito já está valendo . O Conteúdo do Texto prevê multa de R$ 1.915,30 para motorista flagrado sob efeito de álcool O motorista que for parado em um blitz de trânsito para teste do bafômetro e for flagrado com 0,05 mg ou mais de álcool por litro de sangue será multado, caso esta quantidade estabelecida pelo CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito) seja atingida mesmo quando considerada a taxa de tolerância máxima dada ao aparelho. A nova medida de prevenção de acidentes no trânsito já está valendo, uma vez que foi publicada no Diário Oficial desta terça-feira (29/01) após ter sido sancionada pela presidente Dilma Rousseff no dia 20 de dezembro. Antes disso, a quantidade permitida era de 0,1 mg/L. Conforme a resolução, o novo procedimento a ser adotado pelos agentes de trânsito na Lei Seca também estabelece que a fiscalização do consumo de álcool ou de outra substância psicoativa deverá ser procedimento operacional rotineiro. Agora as autoridades podem utilizar, além do bafômetro, testes clínicos, depoimento de policiais, testemunhos de terceiros, fotos e vídeos para comprovar a embriaguez do motorista. O texto também prevê multa de R$ 1.915,30 para motorista flagrado sob efeito de álcool e de outras drogas. Caso o motorista reincida na infração dentro do prazo de um ano, a proposta é duplicar o valor, chegando a R$ 3.830,60, além de determinar a suspensão do direito de dirigir por 12 meses.

A questão da Lei Seca e o uso de bebidas alcoólicas pelas Entidades durante a gíra tem sido alvo de discussões nas redes sociais e nos terreiros. Essa são alguns questionamentos levantados:

1) Com a criação da Lei Seca, onde a tolerância para a presença de álcool no sangue dos motoristas é praticamente zero, como ficam os médiuns cujas Entidades ingerem bebidas alcoólicas?

2) Os Guias entenderão as leis humanas e passarão a adotar outras práticas, abolindo o uso de álcool? Ou não vão nem querer saber da lei e vão continuar utilizando esse elemento através da ingestão?

3) Muitos estudiosos e médiuns alegam que não tem nenhum problema o uso de álcool, porque os Guias levam tudo quando vão embora. Alguns dizem até que o cheiro da bebida não fica na boca do médium. Diante destas afirmativas, teremos uma boa oportunidade, mesmo que forçada, para que diante do bafômetro e de possíveis exames hematológicos, verificarmos a veracidade destes conceitos.

As questões colocadas são deveras pertinentes e tentaremos respondê-las aqui. As Entidades que se manifestam em nossos Terreiros, Casas, Tendas e Choupanas, o fazem por amor às humanas criaturas, trazendo ensinamentos e o alento para aqueles que aos milhares recorrem à Umbanda para a solução de seus problemas.

Acreditamos que as entidades que manifestam nos Terreiros de Umbanda, Crianças, Caboclos, Pretos-Velhos e Exus estão livres do círculo encarnatório, não mais resgatando na penumbra da forma, portanto livres de vícios e demais mazelas típicas de espíritos que ainda não se libertaram das impressões terrenas. Mas na realidade essas Entidades que estão dentro da Lei de Umbanda evoluem dentro de suas próprias linhas. Sendo assim, a grande maioria destas Entidades não usam do tabaco e do álcool por vício.

Na verdade elas manipulam os elementos contidos nestes produtos em benefício do médium e dos consulentes. Com o fumo há a manipulação dos elementos água, fogo e ar, usados na forma de uma defumação "forte" e com o álcool a utilização dos elementos água e fogo com o intuito de descarregar o próprio médium das cargas que vão se acumulando durante os atendimentos.

Esse é um tema muito polêmico e que deve ser discutido dentro de cada terreiro. Mas, enquanto a legislação não prevê exceção para as entidades, recomendamos: “SE INCORPORAR E BEBER NÃO DIRIJA”.


parana